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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Santos dá volta por cima e repete "Geração Pelé" com brilho de Neymar



Pela primeira vez desde que Pelé deixou de vestir a camisa alvinegra, o Santos é campeão da América. A conquista desta quarta-feira, 22 de junho de 2011, sobre o tradicionalíssimo Peñarol (URU), no Estádio do Pacaembu, entra para a história não apenas como o tricampeonato da Copa Libertadores para o time da Vila Belmiro, mas também como a consagração definitiva da geração comandada por Paulo Henrique Ganso e Neymar - este último, a grande estrela da conquista.

Atuações de brilho individual, gols e passes decisivos, principal arma ofensiva da equipe campeã: aos 19 anos, o garoto Neymar assumiu a responsabilidade de carregar o Santos à decisão do principal torneio de clubes do continente. Foi ajudado por coadjuvantes de luxo, como Elano e Ganso (que ficou fora de praticamente metade das partidas por lesão), e por outros mais "operários", como o excelente trio de volantes formado por Adriano, Danilo e Arouca. Porém, o protagonismo e os holofotes foram quase sempre do jovem astro.

E pensar que, após três partidas disputadas na Libertadores, a situação do Santos era crítica - com apenas dois pontos conquistados, o time corria sério risco de ser eliminado na primeira fase, e muitos não acreditavam em uma reabilitação. Pois bastou a chegada de Muricy Ramalho, na quinta rodada, para a equipe não perder mais até levantar a taça.

Após uma estreia morna diante do Deportivo Táchira, na Venezuela, o técnico Adilson Batista encerrou sua frustrante passagem pela Vila Belmiro sendo demitido às vésperas do segundo jogo da competição, em casa, contra o Cerro Porteño. Marcelo Martelotte assumiu interinamente e novamente o time empatou; depois, no Chile, perdeu do Colo-Colo por 3 a 2 e ficou em situação bastante complicada.

A reviravolta teve início ainda com Martelotte, diante do Colo-Colo, na Vila Belmiro: com golaço e expulsão de Neymar por conta de uma comemoração cobrindo o rosto com uma máscara, o Santos devolveu o 3 a 2 em cima dos chilenos. O jogo seguinte, porém, seria um teste de fogo para o recém-contratado Muricy Ramalho: teria que derrotar o Cerro Porteño fora de casa, com os desfalques de Neymar, Elano e Zé Eduardo.

Foi a grande partida de Ganso. Envolvido em especulações sobre sua saída para o futebol europeu ou até mesmo para o Corinthians, o camisa 10 comandou a vitória por 2 a 1, que ainda contou com um gol épico de Danilo, acertando lindo chute de longa distância. Após o triunfo vital no Paraguai, o time teve tranquilidade e despachou o Táchira em casa na última rodada, garantindo a segunda colocação do Grupo 5.

No mata-mata é que a "nova cara" do Santos com Muricy Ramalho começou a surgir. Uma defesa sólida, comandada por Edu Dracena e Durval; um goleiro capaz de milagres em momentos decisivos como Rafael; um meio de campo solidário e marcador; e na frente, brilhos individuais. Nas oitavas de final, contra o América do México, foi de Ganso o único gol da vitória por 1 a 0 em casa; na volta, Rafael garantiu a classificação sem gols com defesas espetaculares.

As quartas de final repetiram a fórmula da fase anterior. O Santos se segurou fora de casa contra o Once Caldas, algoz de 2004, e venceu com gol de Alan Patrick, 1 a 0, passe magistral de Neymar. Na Vila, de novo Neymar marcou um belo gol, e o 1 a 1 garantiu passagem à semi; o astro ainda perdeu um pênalti, mas a defesa se segurou nos minutos finais. Em novo duelo contra o Cerro, pouco mudou: em casa, vitória pragmática por 1 a 0; fora, brilho de Neymar, empate por 3 a 3, sufoco no final e vaga carimbada.

Mantendo a fórmula que deu a Muricy tanto sucesso nos pontos corridos, o Santos encarou o embalado e aplicado time do Peñarol na finalíssima. No Uruguai, o time paulista aguentou a pressão da ensandecida torcida local e trouxe o empate sem gols para o Pacaembu - seguindo a regra de que a igualdade como visitante é um bom negócio. E foi: em casa, diante dos santistas, uma nova vitória foi suficiente para elevar os jovens que vestem a camisa alvinegra à condição de heróis. Como em 1962 e 1963.

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